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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cigarro e Câncer de Pulmão

Bom dia a todos e todas!
Hoje venho falar sobre um câncer que é o câncer que mais mata em todo o mundo.
É o câncer de pulmão. De acordo com o INCA exitem dois tipos principais de câncer de pulmão que são: pequenas células e não-pequenas células (85%). Já do ponto de vista histológico os tumores de não-pequenas células são divididos em: carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células(75% dos casos). Esse tipo de câncer está muito associado ao cigarro e sua fumaça.

Neste post irei ressaltar a associação do câncer com o hábito de fumar. Esse hábito moderno vem causando transtornos para a sociedade tanto fumante como não-fumante (fumante passivo). Estudos relatam que a fumaça do cigarro contém mais de 60 produtos químicos cancerígenos.


Vou descrever uma forma mais acadêmica de como a nicotina age sobre as células pulmores:
Um derivado da nicotina NNK é semelhante aos agonistas dos receptores β-adrenérgicos e podem ativar esses receptores das células epiteliais pulmonares. Essa ligação dá o sinal necessário para a célula começar a se proliferar. Isso demonstra que a nicotina tem ação sobre o início do câncer de pulmão. O adenocarcinoma é causado por uma cascata de reações que envolve o AMP cíclico(cAMP) e a proteína cinase A (PKA) resultando na síntese de DNA e proliferação da célula. Todos esses esquemas estão envolvidos no sinal da proliferação celular como mostra o esquema abaixo:
O câncer é desencadeado nesse caso pelo aumento dos Transcription factors (Fatores de trancrição) que aumentam a Proliferation (Proliferação).
Este é apenas um dos exemplos de como a nicotina está relacionada ao desenvolvimento do câncer de pulmão. Em um estudo publicado no "Chinese Journal of Cancer" ele mostra outras interações da nicotina com a carcinogênese. O hábito de fumar é o principal fator de risco pra se desenvolver esse câncer tão letal.

No fim das contas o que foi dito aí em cima, de uma forma mais didática, é que a nicotina interfere no ciclo celular causando alterações dignas de provocar um câncer. Lembrando que esse é o câncer que tem maior letalidade relacionada a ele. (Matou 20.622 no Brasil em 2008)



O vídeo abaixo se intitula Anti-smoking Ad: Smoking Causes Emphysema, Lung Cancer (Anúncio de Anti-Tabagismo: Fumar causa enfisema e câncer de pulmão) mostra o caminho da fumaça do cigarro até o pulmão:

Recentemente a Rede Globo começou uma série interessante chamada "Brasil sem Cigarro" na qual o médico Dráuzio Varella dá dicas de como parar de fumar. Essa iniciativa é boa já que uma rede de televisão aberta está incentivando a melhorar os hábitos de saúde.
Segundo o INCA, o cigarro está associado a 90% dos casos de câncer de pulmão, então a medida preventiva principal é parar de fumar e de inalar fumaça de cigarro para se obter uma redução na incidência desse câncer. O ideal mesmo é nunca fumar e evitar ao máximo ambientes com fumaça de cigarro. O diagnóstico do câncer de pulmão é feito por radiografia do tórax e tomografia computadorizada.
O hábito de fumar também está associado a outros tipos de câncer como o câncer de boca.
Então galera, não fumem ou parem de fumar o mais rápido possível! 

A sua saúde agradece!


sábado, 29 de outubro de 2011

I Jornada Científica da Liga de Combate ao Câncer

Com o intuito de aprofundar nossos conhecimentos, adquirir mais informações e ter algumas ideias para montar os posts do blog participamos nos dias 27,28 e 29 de setembro da primeira jornada científica da Liga de Combate ao Câncer da UnB.
O câncer foi abordado de maneira bem geral, havendo na palestra a multidisciplinaridade em oncologia. Médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, assistentes sociais, físico médico, fisioterapeutas, odontólogos e psicólogos deram palestras que mostravam como cada área pode atuar em relação ao câncer, além de falarem da doença em si, do como ela ocorre, tratamentos, prevenção, entre outros. A atuação desses profissionais e o avanço da medicina fazem com que os pacientes consigam prevalecer mais tempo com o câncer, tendo na maioria das vezes qualidade de vida.
As primeiras palestras ressaltaram alguns motivos do câncer ser atualmente a segunda causa de morte no Brasil, falou-se da maior expectativa de vida e das suas possíveis consequências para o surgimento da doença como: alterações cromossomais que modificam a expressão de genes; aumento da exposição aos fatores de risco, por exemplo, radiação UV, que pode contribuir na produção de fatores que indutores de melanona. As mudanças nos hábitos de vida da população como: pouca prática de exercícios físicos, alimentação não balanceada, stress, ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e o fumo também foram alvo das discussões, sendo bastante relacionados ao câncer. As ações das células neoplásicas (metástases e angiogênese), tratamentos químicos e psicológicos, cuidados paliativos e diversos outros assuntos ligados a neoplasias fizeram parte de outras palestras ministradas durante essa jornada científica.
A partir dos conteúdos discutidos durante a liga, abordamos alguns dos temas no nosso blog, buscando aproveitar ao máximo o conhecimento adquirido durante o evento, e tentando repassá-lo ao leitor de forma clara e objetiva.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A hereditariedade do câncer de mama

O câncer de mama é uma neoplasia maligna mais frequente entre mulheres. Constitui o câncer que mais afeta e mata mulheres, sendo caracterizado como um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário. Ele representa uma proliferação descontrolada de células mutadas que revestem os ductos ou lóbulos da mama. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de câncer é a hereditariedade. O câncer de mama hereditário corresponde a aproximadamente 10% do total dos cânceres de mama existentes. Os dois principais genes envolvidos nessa patologia são o BRCA 1 (Breast Cancer 1) e o BRCA2, que atuam como genes supressores de tumor. As funções desses tipos de genes são promover a diferenciação e limitar a proliferação celular. Quando ocorrem mutações nesses genes a célula perde essas funções não controlando mais o seu crescimento, passando, então, a se multiplicar muito rápido e de maneira aleatória. Os indivíduos susceptíveis ao câncer de mama hereditário recebem apenas um gene que foi mutado na linhagem germinativa, os genes se forem herdados mutados em homozigose são letais. Mesmo com um dos genes mutados, para que a doença se desenvolva é necessário que ocorra uma segunda mutação no outro alelo, nesse caso já ocorrendo nas células somáticas. Grande parte das neoplasias ocorre por mutações somáticas, porém quando são herdadas elas são mutações presentes nas células germinativas. A maioria das células possuem duas cópias dos genes, e para que ocorra perda da função desse gene é necessário que as duas cópias estejam mutadas. Em mulheres que herdam uma cópia mutada do gene BRCA 1 ou do gene BRCA 2, proveniente de qualquer um dos pais, possuem em cada célula apenas uma cópia intacta do gene, sendo assim aumentada a chance, que em uma dada célula, a perda da função eventualmente ocorra. Os genes BRCA 1 e BRCA 2 codificam proteínas que têm como uma das principais funções o reparo de quebras na fita-dupla do DNA, sendo este reparo sugerido também por uma forte interação bioquímica entre esses genes e proteínas envolvidas nesse processo. Essas proteínas previnem o acúmulo de mutações e, assim, suprimem o desenvolvimento de carcinoma. O gene BRCA 1 está localizado no cromossomo 17, sendo constituído por 24 exons, dos quais 22 codificam uma proteína com 1863 aminoácidos. O gene BRCA1 possui um domínio RING finger (Really Interesting New Gene finger), definido por uma série de resíduos cisteína e histidina, esse domínio codifica a proteína finger e coordena a ligação de dois íons de zinco a essa proteína. A presença desse domínio sugere que BRCA 1 esteja envolvido na regulação transcricional, e é um indicativo de interações proteína-proteína, além da interação com o DNA. Pesquisas têm demonstrado a habilidade do BRCA 1 em regular a resposta celular aos estrogênios, pois estes podem gerar instabilidade genética e podem causar mutações. A proteína BRCA 1 inibe a transcrição de genes regulados pelo receptor de estrogênio para manter a estabilidade genômica durante períodos de rápida divisão e proliferação celular. Uma possível função da proteína BRCA 1 é a proteção do tecido mamário da instabilidade genética induzida pelo estrogênio através da diferenciação e reparo genético. Interações entre a proteína BRCA 1 e a p53 são associadas a com a ativação de um gene que transcreve a proteína p21, cuja função é bloqueio do ciclo celular para que reparos ao DNA possam ser feitos. Essa proteína atua como inibidora de enzimas quinase, ou seja, ela inibe a fosforilação de proteínas que são essenciais para a continuidade do ciclo celular, fazendo assim com que ocorra uma pausa nesse ciclo. Essa pausa pode não ocorrer se o gene BRCA 1 estiver mutado ou ausente, e as possíveis mutações no DNA não serão corrigidas podendo então se acumular, facilitando a transformação maligna da célula. Outro gene, que quando mutado, está envolvido com o câncer de mama hereditário é o BRCA 2. Localiza-se no cromossomo 13, sendo constituído por 27 exons, dos quais 26 são codificantes e assim formam uma proteína de 3418 aminoácidos. Assim como o gene BRCA 1, o gene BRCA 2 também está envolvido como reparo da quebra da dupla fita do DNA. Tem sido mostrada uma interação entre a proteína BRCA 2 e a RAD51, sugere-se que esta proteína é um domínio importante para a função do BRCA 2. Pois, a RAD51 é fundamental para a recombinação meiótica e para a reparação de quebras no DNA. O BRCA 2 regula a localização regula a localização intracelular e a habilidade de ligação ao DNA da RAD51. Mutações nos genes BRCA 1 e 2 geralmente ocorrem por mudanças na estrutura do código de leitura, o que resulta na terminação prematura dessas proteínas, também podem ocorrer deleções e inserções de um ou mais nucleotídeos desativando esses genes. Quando mutados ou ausentes, esses genes não regulam o ciclo regular, pois suas funções de promoção da diferenciação e limitação da proliferação celular ficam comprometidas. Com isso, o desenvolvimento de neoplasias torna-se maior.
E para chamar atenção para a atual realidade do câncer de mama foi criado o movimento outubro rosa, que fala sobre a importância do diagnóstico precoce dessa doença e da luta contra o câncer de mama. Várias partes do mundo já aderiram ao movimento, a ação de iluminar os monumentos de rosa serve para chamar atenção da população, e tornou o movimento visualmente compreendido. Outubro se tornou o mês da prevenção ao câncer de mama. Para mais informações sobre o Outubro Rosa clique na imagem ao lado.



Postado por: Carla Borges Santos

sábado, 1 de outubro de 2011

Pré-Projeto

Câncer é uma palavra que ainda é tem grande peso na sociedade e falar nessa doença ainda é um tabu. Apesar de todo o avanço tecnológico alcançado pela medicina atual, todos os anos milhares de pessoas são diagnosticadas com a doença e muitas chegam a óbito em função desse mal. As neoplasias, como o câncer é conhecido no meio técnico, são uma das principais causas de morte em vários locais.
Por ser uma doença silenciosa, o câncer muitas vezes só é detectado em estados avançados e, nesses casos, as chances de cura diminuem consideravelmente. Além disso, os tratamentos mais comuns a essa patologia, como a quimioterapia e a radioterapia, são extremamente agressivas ao organismo e o caminho até a cura torna-se uma verdadeira luta pela sobrevivência.
No blog, pretendemos abordar de maneira simples as principais causas dos tipos de câncer mais frequentes e agressivos, como o câncer de pulmão, e, com isso, mostrar que uma mudança de hábitos pode fazer grande diferença na saúde. Queremos mostrar como o tabagismo, os maus hábitos alimentares, o alcoolismo, os medicamentos, a radiação solar, para citar alguns exemplos, podem contribuir para aumentar os riscos e a probabilidade de se desenvolver um câncer.
Pretendemos também comentar artigos lançados sobre câncer, a fim de facilitar seu entendimento para todas as pessoas independentemente de seu nível de informação sobre o assunto.  Comentaremos os temas abordados na semana de combate ao câncer realizado pela liga de combate ao câncer da Faculdade de Ciências da Saúde (FS) nesse ano.
Indicaremos links de sites onde o visitante do blog pode encontrar mais informações sobre o assunto, como o site do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Almejamos trazer informações de como funciona, no Hospital Universitário de Brasília (HUB), o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), centro onde são tratados pacientes diagnosticados com câncer.
Temos como objetivo tirar um pouco do medo associado à palavra câncer, mostrando que já existem tratamentos muito eficientes e que a cura ocorre em grande parte dos casos. Mostrar que é uma doença que está intimamente ligada aos nossos hábitos e que, muitas vezes, podemos nos prevenir com pequenos atos.
Para um entendimento inicial do público leigo vamos definir em linhas gerais o que vem a ser um câncer, seus fatores causadores: internos (bases genético-hereditárias) e externos (meio ambiente), como surge um câncer, como se comportam as células cancerosas, como é o processo de carcinogênese, como nosso organismo de defende.
Vamos dividir o blog em sessões logicamente distribuídas, de forma que os visitantes possam rapidamente se familiarizar com o site e que possam, principalmente, usufruírem todas informações ali disponibilizadas.

Qualquer dúvida é só comentar ;)