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sábado, 26 de novembro de 2011

Melanoma



Ah o verão! Férias chegando, viagens marcadas... A única coisa que muitas pessoas conseguem pensar para esse verão é ir à praia ou ao clube para aproveitar o solzinho e pegar aquele bronzeado. Mas é justamente nessa época do ano que nós devemos tomar mais cuidado com a exposição da nossa pele ao sol.
O mesmo sol que nos oferece aquele aspecto de pele saudável é o sol que emite as radiações ultravioletas que podem causar câncer. O câncer de pele é o tipo de câncer que tem a maior incidência no Brasil. Representam cerca de 25% de todos os tumores malignos, conforme os dados do INCA.
Hoje vou falar do Melanoma, que é o tipo de câncer de pele com menor incidência (cerca de 4% no Brasil), porém é o tipo que tem a maior letalidade se descoberto tardiamente.

Mas... O que é melanoma?
Melanoma é uma neoplasia maligna de células da pele chamadas melanócitos. Os melanócitos normalmente se encontram no estado de não proliferação (quiescentes), o que lhes conferiria menor chance de desenvolver um câncer. Entretanto, a proliferação dos melanócitos ocorre e ela depende da interação com os queratinócitos (que são as células da pele que recebem a melanina - proteína responsável pela pigmentação da pele - que é produzida pelos melanócitos).

E o que a radiação ultravioleta tem a ver com o surgimento desse câncer??

Os queratinócitos e os fibroblastos da pele produzem fatores de crescimento como FGF-2, M-SCF, endotelinas e HGF/SF. Esses fatores induzem o melanócito a se multiplicar. Já a radiação UV estimula os queratinócitos e os fibroblastos a produzirem esses fatores, porém ainda não ficou definido como todos esses fatores agem no desenvolvimento do tumor.
O fato é que com a alta produção desses fatores há uma alta taxa de proliferação dos melanócitos que pode vir a gerar o melanoma. A exposição excessiva ao sol causa um estress oxidativo que bloqueia a adesão celular dos melanócitos permitindo assim sua expansão.

E agora? Não vou poder mais curtir a praia nem o clube?

Agora que sabemos que a exposição excessiva ao sol pode levar ao câncer devemos tomar mais cuidado com a nossa exposição ao sol. Vivemos em um país tropical no qual a incidência de radiação solar é elevada. É quase impossível não se expor ao sol nem é saudável essa atitude. Devemos primeiramente utilizar protetor solar com o fator de proteção no mínimo 15. Se a exposição for prolongada deve-se retocar o protetor após suor excessivo, contato com a água e de 2 em 2 horas.

Estudos indicam que a exposição excessiva nos primeiros 10 a 20 anos de vida aumenta o risco de desenvolver câncer de pele. Se você é adolescente e adora ir à praia ou se você tem filhos pequenos dê mais atenção ainda quando seu filho for brincar no paquinho, no clube ou na areia da praia. Protega-se!

O vídeo abaixo é uma campanha que fala sobre a importância do auto-exame e da não exposição excessiva ao sol por parte dos jovens:



Fatores de risco:
Alguns fatores de risco precisam ser levados em consideração como: Exposição à radiação UV (que já foi dita anteriormente e foi corroborada pelo vídeo), pele clara, síndrome de nevos displásicos e uma história familiar de melanoma .

O diagnóstico precoce diminui muito os casos letais da doença. O diagnóstico é feito pelo médico dermatologista que analisa manchas de tons que variam do castanho-claro ao negro. Essa pinta escura normalmente tem bordas irregulares e vem acompanhada de coceira e descamação. A pinta pode surgir ou já ser pré-existente. No caso de ser pré-existente a pinta adquire bordas irregulares e modifica a sua cor. Pode acontecer também de áreas com despigmentação serem melanomas com regressão espontânea.


O tratamento desse tipo de câncer é cirúrgico. Retira-se o tumor e dependendo do estágio da doença faz-se quimioterapia e radioterapia. Se o melanoma desenvolve para metastático a sua chance de cura é muito pequena. Portanto o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento efetivo desse câncer.


Hoje foi realizada em Brasília um mutirão feito pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para diagnóstico e tratamento de câncer de Pele. Vários dermatologistas e residentes atenderam ontem no HRAN e no HRT avaliando e fazendo pequenas cirurgias de retirada de câncer.
Então é isso, 
Protejam-se!

Referências:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17352373
http://agencia.fapesp.br/14826
http://suacidade.org/brasilia/mutirao-de-combate-ao-cancer-de-pele

2005 FERREIRA, Carlos Gil e ROCHA, José Cláudio Casali da. Oncologia molecular. Rio de Janeiro: Atheneu. 2004






Postado por: Érica Ribeiro Fontes de Lima





2 comentários:

  1. Radiação Ultravioleta estimula queratinócitos e fibroblastos a produzirem 4 tipos de fatores de crescimento. Esses fatores estimulam a multiplicação celular dos melanócitos, que são as células que provêm as demais células da pele de pigmentação. A UV ainda bloqueia a adesão celular dos melanócitos, facilitando sua expansão e motivando a metástase.

    Caracas, que legal concluir isso, kekuda. Goshtay demais! É muuito fera entender como o sol gera câncer de pele :))

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  2. Vinuxo, sabe o que é legal? É ver que vc entendeu o que eu escrevi! :D

    Achei MUITO legal quando descobri tb como o sol influencia no câncer!

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